sábado, 5 de dezembro de 2009

Conselho é contra o Carnatal

Número insuficiente de leitos de UTI, déficit de profissionais na área da saúde e quantidade insuficiente de Tamiflu - medicamento indicado para o tratamento da gripe A. A soma desses fatores levou o Conselho Estadual de Saúde a se posicionar contra a realização do Carnatal 2009. A posição dos membros do conselho foi anunciada ontem pela manhã, durante coletiva à imprensa, horas antes da micareta.

Segundo o presidente do conselho, Canindé Santos, a posição foi anunciada só agora, por que o conselho decidiu esperar a confirmação de novos casos da gripe. "Após analisar a situação e acompanhar a repercussão das informações na imprensa, o conselho chegou à conclusão de que não dá para brincar com o que está ocorrendo".

Classificada como incoerente, a decisão dos governos estadual e municipal em realizarem o Carnatal diante de um possível agravamento do surto de gripe A foi atacada pelos membros do conselho de saúde. "O estado e o município não tem retaguardas suficientes para dar conta de um possível aumento no número de casos", afirma Canindé Santos.

Os membros do conselho comparam a realização do Carnatal num estado que a cada dia confirma mais casos de gripe A a um jogo de roleta russa. Segundo Canindé Santos, as secretarias municipal e estadual deveriam atuar na prevenção de novos casos, impedindo que mais pessoas se contaminem. Porém que a decisão de suspender um evento desse porte deveria partir do próprio governo.

Representação

Caso seja confirmado aumento no número de casos de gripe A decorrente da realização do Carnatal, o conselho de saúde vai entrar com uma representação no Ministério Público responsabilizando os governos do estado e município. Segundo o presidente do conselho, a quantidade reduzida de Tamiflu e de leitos de UTI precisa ser levada em consideração pelo governo. "O Governo deveria tomar uma decisão diante de um possível agravamento do H1N1. Se os casos aumentarem, o conselho vai cobrar as responsabilidades", afirmou.

As orientações para prevenir o contágio durante o carnatal são insuficientes, segundo a própria Sociedade Norteriograndense de Infectologia. Pedir para evitar aglomeração, não compartilhar copos nem beijar estranhos vai de encontro às características do próprio carnatal. "Não basta as secretarias municipal e estadual de saúde dizerem que são contra o carnatal. O governo deveria tomar uma decisão diante desse quadro", defende.

http://www.diariodenatal.com.br/2009/12/04/cidades6_0.php

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