quinta-feira, 7 de maio de 2015

Reunião com o Prof. Paulo, o que você achou?

No dia 23 de abril, a PROAE (Pró-reitoria de Assuntos Estudantis) enviou para a residência o seu Pró-Reitor Adjunto, professor Paulo Roberto da Paiva Campos, para responder uma série de questionamentos organizados em duas pautas, uma organizada pelos conselheiros e conselheiras e outra pelo MORE(Movimento Organizado das Residências Estudantis). A reunião estava marcada para as 22:15 e começou bem próximo às 23 horas.
    O pró-reitor teve o cuidado de ler cada um dos pontos das pautas e, tranquilamente, responder. Depois foi aberto para questionamentos e vários e várias residentes poderão fazer perguntas que foram respondidas imediatamente por ele. Algumas frases eram recorrentes nas respostas, como: “não vou prometer pra não cumprir”, “eu gosto dos residentes, mas tem professores que não”, “se eu continuar na pró-reitoria eu vou tentar fazer isso, mas não sei se vou continuar” etc.
    Essa reunião foi importante, pois a ultima vez que a pró-reitoria tinha “mostrado a cara” foi em 2012. É importante que tenham mais reuniões como essas, dessa forma a pró-reitoria de assuntos estudantil tem acesso diretamente as nossas demandas, porque assistência estudantil não é um favor muito menos caridade, mas sim um direito conquistado com muita luta.
    E é exatamente esse o ponto mais importante! Muitos estudantes entram na residência sem compreender que o pouco que temos é fruto de vitórias, reuniões e mais reuniões chatas, pressões, debates etc. Mostramos na reunião com prof. Paulo demandas objetivas e concretas como manutenção da lavanderia, bicicletario e saída de emergência para os prédios.
    Sobre esse ultimo ponto, saída de emergência para os prédios, há uma questão muito séria em jogo: A universidade vai esperar acontecer alguma fatalidade para tomar alguma providência? Há algumas semanas, em umas quarta feira pela manhã, as meninas tiveram que evacuar a campus IV por causa de um vazamento de gás na cozinha. Felizmente nada mais grave aconteceu, mas nós vamos esperar? A saída de emergência é uma reivindicação antiga e nenhum dos pontos respondidos pelo professor tinha prazo, mesmo as coisas mais simples.
    E como “quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”, já diria Rosa Luxemburgo, é importante o nosso movimento. Precisamos continuar cobrando no lugar de ficar esperando que a PROAE faça as coisas por nós. Não adianta passar um bom período pela residência e não contribuir para que ela seja melhor do que é hoje, para os nossos irmãos e irmãs mais novos, para os nossos filhos, para os nossos netos e quem mais precise. Precisamos enxergar para além dos nossos umbigos.


# REITORIA DA FURG OCUPADA #
NOTA DE EXPLICAÇÃO DA OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE


Nós, estudantes dos mais diversos cursos da Universidade Federal do Rio Grande, sofremos no último período com as diversas medidas que o governo federal implementou no ano de 2015. Houve a retirada de direitos, redução dos investimentos no setor público, principalmente na educação e saúde, e a elevação do custo de vida com o aumento de 50% no valor do restaurante universitário, por exemplo.
A expansão que a universidade pública passou nos últimos anos não teve o acompanhamento de investimentos necessários na assistência estudantil. A expressão dessa expansão sem qualidade são as salas lotadas, falta de professores e o crescente número de estudantes que evadem da universidade, em grande maioria filhas e filhos da classe trabalhadora, bem como, negras e negros cotistas. A partir dessa expansão tais pessoas tiveram o acesso, contudo sofrem diariamente com o corte e a insuficiência dos direitos para permanência.
As reivindicações são históricas e incluem toda comunidade acadêmica, pois a precarização atinge tanto estudantes como as trabalhadoras e trabalhadores de todos âmbitos da universidade. A organização das pautas e o processo de negociações ocorre desde o início do ano, com várias assembleias de curso e assembleias gerais. Foram levantadas 24 pautas nesse processo; porém, as respostas que obtivemos nas últimas negociações são em sua maioria negativas e insatisfatórias, inviabilizando a nossa permanência na universidade.

Todas essas questões fizeram com que a ocupação fosse necessária para novamente abrirmos um canal de diálogo com a reitoria. Esse canal de diálogo é também com a comunidade acadêmica, pois estaremos nesse período de ocupação redebatendo as pautas a partir das respostas que foram dadas, e definindo quais delas são prioritárias para o avanço do diálogo.
Entendemos que esses cortes são frutos de uma crise que não é nossa. Além de não aceitarmos a retirada de direitos , queremos avanços em direitos básicos para permanência, como a ampliação da moradia estudantil, acesso ao café, almoço e janta para toda comunidade acadêmica e ampliação na quantidade de bolsas, que no último resultado do processo de benefício várias delas foram negadas, depois do recurso por falta de verba.
Enquanto movimento lutamos diariamente por uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

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