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As Residências Universitárias são espaços destinados a assistir estudantes socioeconomicamente carentes, que em sua grande maioria são advindos das cidades do interior do estado. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte é responsável por doze (12) Residências Universitárias que abrigam 487 estudantes.

Apesar de termos uma série de problemáticas e dificuldades, sobretudo no que se refere a espaço físico, e em conseqüência disso os inúmeros problemas relacionados à convivência, as Residências da UFRN vêm mostrando desempenho, organização e participação digna de um verdadeiro movimento social organizado. Em decorrência de tal organização e organicidade por parte dos residentes, são reconhecidas as conquistas do nosso movimento.

O DCE da UFRN, assim como de outras universidades, tende a apresentar uma composição majoritária de estudantes vindos de classes mais abastadas da sociedade e isso se dá por uma série de fatores dos quais não trataremos aqui. Apesar disso,  temos um ponto que julgamos de grande importância: a conquista de espaços dentro do Diretório Central dos Estudantes da UFRN, espaço esse, não como meros “coadjuvantes”, mas como sujeitos participativos e de grande destaque em todas as decisões do Diretório.

Tudo isso só foi possível com um amplo trabalho que se concretizou principalmente pela ocupação da Reitoria em 2009, por parte dos residentes, para pôr em xeque uma decisão tomada por essa reitoria e que julgamos antidemocrática.

Inevitavelmente passamos a agregar uma maior responsabilidade nas decisões da Universidade. Assim entendemos a necessidade de nos aproximarmos dos movimentos sociais, por isso procuramos conhecer a Secretaria Nacional de Casas de Estudantes (SENCE), Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), além de coletivos e organizações que nos deram uma cara própria.

No que tange ao tão polêmico REUNI – Reestruturação das Universidades Federais. Ao invés de cairmos em discussões intermináveis e improdutivas prezamos pela fiscalização de obras importantes como a reforma do Restaurante Universitário, manutenção e construção das residências e acompanhamento das licitações que tanto causam polêmica. 
 
Temos, além disso, lutas atuais e bandeiras que precisamos continuar tocando. A transformação imediata da Secretaria de Assuntos Estudantis (SAE) em Pró-reitoria, assistência médica de qualidade, acompanhamento pedagógico ao residente, a real função das bolsas de apoio técnico, entre outras, são bandeiras que estão erguidas e que não deixaremos cair.

Assim alcançamos um grande reconhecimento e respeito enquanto movimento organizado, seja dentro da Reitoria que nos vê com outro olhar, seja dentro das próprias residências, que passaram a agregar mais estudantes e mais confiança na nossa luta. Vale salientar que em momento algum lutamos à espera ou na busca de tal reconhecimento, mais sim na busca de melhores condições para nós que já somos residentes e para aqueles que virão depois de nós. 

Entendemos, por isso, a importância de nossa organização e organicidade. Portanto, precisamos cada vez mais estarmos juntos em qualquer processo de decisão, pois as residências já não são mais meras estruturas físicas onde se aglomeram estudantes filhos e filhas da classe trabalhadora, a partir de agora somos o Movimento Organizado de Residências Estudantis (MORE). 

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”. Martin Luther King


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